URGENTE: Diga não à energia nuclear

O texto que se segue é um exemplo entre os muitos que poderíamos apresentar. Chega-nos do Brasil e é bem ilucidativo daquilo que aqui em Portugal pode vir a acontecer. É, pois de ler e reflectir...

Olimpio Araujo Junior
Geógrafo-ambientalista;
Director de Comunicação da Rede de Comunicação Ambiental EcoTerra Brasil

oaj@ecoterrabrasil.com.br



Na era do desenvolvimento sustentável e das energias renováveis, vemos uma velha discussão voltar a tona: “a construção de usinas nucleares”, perigosas para o meio ambiente, para saúde e até para nossa própria existência. Porém, ainda possuem defensores que fingem não enxergar o potencial em energias alternativas e renováveis que possuímos e que podemos desenvolver.
Em 1975, ainda sob o regime militar, o Brasil firmou com a Alemanha, país que está desactivando suas usinas, um acordo de cooperação para implantação de oito usinas nucleares, sendo duas em Angra dos Reis e seis no litoral sul de São Paulo. Porém, uma estação ecológica criada no local onde seriam implantados os reactores acabou impedindo a continuidade dos planos em São Paulo.
Trinta anos se passaram, e mesmo depois de todos os acidentes fatais em vários lugares do mundo, inclusive no Brasil e do fracasso das usinas nucleares de Angra 1 e 2 que já custaram aos brasileiros mais de R$ 54 bilhões, e que geram apenas 2% da energia produzida no país, vamos ter que pagar mais uma conta de R$ 10 bilhões em um investimento de risco não só económico, mas também sócio-ambiental.
Em nenhum outro lugar do planeta se planejam mais construir usinas nucleares. Nas próximas três décadas, mais de 350 reactores serão desactivados, pois até os países desenvolvidos já as consideram caras e perigosas. Porém, no Brasil, em mais uma acção anti-ambiental e autoritária, que já é uma das marcas de nosso actual governo federal, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) decidiu pela retomada do projecto nuclear brasileiro através da construção da Usina Nuclear Angra 3, além da construção de um submarino nuclear e do investimento na fábrica de enriquecimento de urânio.
Por este motivo apresento abaixo uma lista com 50 motivos para dizermos não ao Programa Nuclear Brasileiro. (Bem como ao alegado programa nuclear português - esta nota é nossa).
Devemos divulgar estes motivos a toda a população, que tem o dever de lutar pelos seus direitos e de seus descendentes, pois são eles que viverão no planeta que deixaremos. Este planeta pode ser um lugar saudável e com qualidade de vida, com rios, florestas e animais, com ar puro e água limpa, ou pode ser um mundo artificial e degradado, com transgénicos, radiação nuclear, lixo e poluição. Só depende de nossas atitudes presentes.
Continua no site de origem em
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Nuclear está de volta

Sem que o ciclo dos transgénicos esteja encerrado calhou resolvermos que é tempo de falar no nuclear. Por isso, em paralelo, iniciamos hoje o ciclo do nuclear, um tema actual que volta a estar na ordem do dia, sobretudo quando quem dirige o país afirma que aqui pode estar a solução para todos os nossos males energéticos...

Mais uma mentira e tão grande como a dos transgénicos que vinham acabar a fome no Mundo.

E para que todos saibam da grandeza deste tipo de investimento e de construção, fomos à vizinha Espanha buscar um exemplo, o da Central Nuclear de Almaraz, ali tão perto das Portas de Ródão no concelho Vila Velha de Ródão.

A CO-EXISTÊNCIA ORGÂNICO X TRANSGÉNICO

Alexandre Harkaly – director do IBD

Com a era transgénica, a questão mais crítica para os orgânicos é a co-existência.
A Bélgica acaba de proibir a canola transgénica pela pouca segurança ambiental que ela oferece. No Canadá, não existe mais canola orgânica sem genes transgénicos justamente pelo facto da contaminação polínica.
As brássicas (canola, couves, repolhos, etc.) cruzam por polinização cruzada, a distâncias relativamente grandes.
Importante é entender o seguinte: nunca mais o ser humano irá se alimentar de algo natural e sim de coisas que são produto de manipulação humana, resultado das elucubrações científicas, com incorporação de genes de seres que não estamos adaptados a consumir (certos insectos, bactérias, fungos, etc.).
No Brasil, temos a soja transgénica e logo teremos o milho em grande escala também, além do algodão e outras plantas.
A soja (na foto) se diferencia por ter auto-polinização, o que não nos exime de cuidados necessários. Já existe contaminação acima de 4 % em genes de soja orgânica nos EUA. Isso se deve a duas razões: misturas acidentais de sementes nas semeadoras e estruturas de benefício de sementes e aproximadamente 2 % pela polinização cruzada, que ocorre em menor escala na soja.
O milho se comporta praticamente como a canola, pior pois o milho é planta latino americana! Ou seja, já há contaminação dos materiais básicos de milho nos centros de diversidade de milho, registrados nas montanhas Mexicanas, por exemplo.Isto tudo dificilmente poderá ser corrigido. A co-existência não é somente uma necessidade, é um direito jurídico adquirido.

(Para ler o resto do texto vá a http://www.ibd.com.br/artigos/transgenicos_3.htm)

ARGUMENTOS CIENTÍFICOS CONTRA OS TRANSGÉNICOS

Dr. Geraldo Deffune G. de Oliveira
Eng° Agr° (USP); M.Sc. & Ph.D. (Univ. of London)
geraldo.deffune@uniube.br

O tema da Clonagem e Engenharia Genética é importante tanto por seu valor biológico intrínseco, como pela actual polémica sobre manipulação genética e patenteamento de seres vivos. Os métodos de melhoramento tradicionais usando sementes, reprodutores, matrizes e clones sempre constituíram uma forma de manipulação genética e a transferência natural de material genético por via microbiana é um fenómeno que ocorre desde as formas mais elementares de vida. Todavia, nesses casos os processos são evolutivamente limitados e adaptativamente direccionados pela selecção natural, ao contrário dos métodos imediatistas e critérios selectivos artificiais e comerciais da Engenharia Genética, como será discutido em detalhe a seguir.É muito importante distinguir a transgenia de ocorrência natural, dos transgénicos artificiais ou comerciais. A mutação e a transferência naturais de material genético são parte do processo evolutivo que no contexto da Natureza permitem a interacção simbiótica constante e a selecção natural. Mutações que podem ser induzidas por fenómenos naturais e transferências de material genético entre ou por micróbios e vírus, ocorrem continuamente desde o princípio da evolução biológica. Lynn Margulis qualifica a transgenia de ‘o primeiro sexo do mundo’, pois foi a primeira forma de troca de material genético que ocorreu e ainda ocorre entre as bactérias, que de outra forma se multiplicam por divisões sem intercâmbios. E cada vez que micróbios ou vírus interagem entre si ou com outros organismos (em simbioses ou infecções), ocorre uma troca de genes que alimenta o processo evolutivo (Margulis e Sagan, 2002). Este fato é fundamental para a correcta interpretação do significado das chamadas "pragas e doenças".A Engenharia Genética ou Biologia Molecular se auto-atribuíram e apropriaram do termo Biotecnologia para usar um nome atraente que disfarça sua profunda artificialidade tecnocrática. Os Métodos Orgânicos ou Biológicos constituem Biotecnologias num sentido muito mais amplo, justo e preciso no que se refere à vida e natureza. A indução de mutações e a transgenia artificial são proibidas na Agricultura Orgânica em geral, porque não servem à evolução adaptativa, nem se sujeitam à selecção natural, mas sim obedecem a critérios e objectivos humanos e sobretudo económicos, ligados a patentes e à concentração de poder.Um exemplo clássico é a incorporação artificial de genes para resistência a herbicidas, que leva a uma maior exposição do solo a fautores de erosão, poluição de alimentos e do ambiente, pelo simples objectivo de controlar os mercados de sementes e agroquímicos, explorando o comodismo de empresários agrícolas que só se preocupam em minimizar custos operacionais.