Não há longe nem distância - Richard Bach

Mais de um ano depois de termos parado de postar, o incontornável sentimento de vazio compele-nos a voltar. É que perdemos um amigo. Um amigo do coração.
Tudo começou, bem lá atrás no tempo, por uma troca de mensagens via Internet.
O António tinha um blogue e não sabia na altura o que fazer para colocar os links dos blogues que lhe interessavam. O pedido estava postado. Resolvemos ajudá-lo.
Ele lesto a aprender, logo à primeira, resolveu a questão. Mas, não mais deixámos de nos corresponder até ao dia em que decidimos marcar um encontro.
Foi no Rossio, comemorava-se o Dia da Liberdade.
Na esplanada, um casal sorridente, observava atentamente os passantes.
Procuravam-nos na multidão. Nunca nos tinhamos visto e, apesar disso, encontrámo-nos para nunca mais nos perdermos.
Agora, porém, António... partiste.
Rumaste para junto da lua, das estrelas e dos entes queridos que tantas vezes acarinhaste, relembraste nos teus poemas, prosas ou até reflexões.
Mas, partiste... sem que do nosso coração te ausentes, pois nele permanecerás.
Assim, para ti, que tanto carinho e incentivo proporcionaste; para quem te conheceu e, sobretudo, para quem contigo partilhou meio século de vida, esta é a nossa homenagem singela e sentida.
Trazer-te a este cantinho é devolver-te ao espaço onde tudo começou.
Aqui foste António Melenas, o pseudónimo do António Gouveia que o convivio transformou no António.



De ti para todos fica a foto da «sempre noiva» que um dia tiraste e mandaste e um poema:






Partiste...


Partiste (e contigo ainda sonhava)
Para a viagem final e sem retorno...
Ficou mais feio o mundo, sem o adorno
Que o teu formoso rosto lhe emprestava

E assim perdi de vez qualquer esperança
De poder vir um dia a encontrar-te.
Agora, só me resta recordar-te
Com magoados olhos da lembrança

Mas logo que escurece e morre o dia,
Me deito e adormeço, por magia,
Tu chegas tão real junto ao meu leito,

Que embarco na ilusão, ao acordar,
De que só morrerás se eu te matar
Um dia, bem no fundo do meu peito


António Melenas
(in «Do fundo da arca») - http://guardadonaarca.no.sapo.pt/


Para sempre recordar:
http://escritosoutonais.blogspot.com/
http://enquantoenao.blogspot.com/

http://www.estudioraposa.com/index.php/18/03/2008/lugar-086-antonio-melenas